A SALVADORA DE NAÇÕES - POR RAFA LAWLESS (ARES)
CAPÍTULO
I – AS SOMBRAS DO PASSADO.
Era
uma manhã fria... Fria como nunca esteve antes. Uma fina camada de geada
cristalizava-se por sobre a relva.
Nessa
mesma relva, deitada estava alguém... alguém que um dia se pareceu com
Gabrielle.
Passaram-se
meses após a morte de Xena. Gabrielle ainda sentia a dor de sua partida como se
fosse ontem.
Suas
roupas largas e seu rosto esquelético mostravam na pele o quanto a partida de
Xena havia lhe feito sofrer. O brilho em seus olhos que outrora fazia Xena cair
de amores, já não estava mais ali. Seus braços antes fortes e firmes, hoje mal
conseguiam empunhar os sai com a mesma destreza de antes. Já não tinha mais em
que se agarrar. Perdera Xena que morreu em combate com o demônio Yodoshi.
Perdeu Joxer, seu amado e fiel amigo, morto por Eva, quando ainda era Lívia.
Eva estava ausente, seguindo seu caminho como a pregadora de Eli. E ela não
suportava olhar para sua irmã Lila... Se culpava por não estar presente na morte
de seus pais...
Sentia-se
quebrada, partida. Seu coração não batia como antes. Havia endurecido. Ela não
vivia mais... ela apenas existia.
Aquela
que antes era sua alegria, não estava mais presente. Exceto por suas cinzas,
que Gabby, guardava com sua própria vida. Guardava tentando se apegar ao que
restava do seu amor... Tentando, talvez, ganhar um fôlego extra de vida.
Gabby
mal dormira naquela noite. Ao acordar, olhou para o céu, deu bom dia à sua
amada como se ela estivesse ali, ao seu lado, pegou o chakram em sua mão e lhe
beijou, quase como quem beija uma pessoa............... Silêncio...................
Era
o que sempre ouvia como resposta. Já estava acostumada. Como boa contadora de
histórias que sempre foi, pegou-se 4 ou 5 vezes imaginando que Xena não
respondia porque estava travando grandes batalhas nos céus em nome do bem.
Muito ocupada para lhe responder.
Como
de costume, fazia um pequeno pedido a Eli, que antes fora seu amigo:
Gabrielle
- Eli sei que pode me ouvir. Por favor... Traga Xena de volta. Eu não posso
continuar minha caminhada sem ela ao meu lado...
Disse,
entre uma e outra lágrima que teimava em sempre percorrer seu rosto durante as
manhãs em que acordava e se dava conta de que aquilo tudo não era um pesadelo.
XENA
ESTAVA MORTA E NADA PODIA FAZER PARA MUDAR ESSA SITUAÇÃO.
Em
seu silêncio, reuniu as forças que ainda lhe restavam e levantou. Banhou-se,
trocou de roupas... Percebeu como estava abatida... e fraca... e magra... E
diferente...
E
logo passou a pensar em outra coisa, já que tudo lhe trazia Xena à memória.
Deu
bom dia à Argo II, que agora se tornara sua égua e talvez, sua única amiga.
Levantou acampamento, arrumou suas coisas, montou e começou a cavalgar, sem
rumo, sem identidade. Apenas uma sombra do que fora no passado.
Resolveu
parar em Delfos, uma pequena cidade grega, para pegar alguns suprimentos que
precisava.
Porém,
ao chegar à cidade, mal podia acreditar no que seus olhos viam. Deparou-se com
morte e destruição. A cidade fora varrida da face da terra. Sangue e corpos para
todos os lados. Resolveu percorrer o que ainda restava da cidade em busca de
alguém que tivesse sobrevivido. Andando por entre os destroços, encontrou um
único sobrevivente, muito ferido e a beira da morte:
Gabrielle
- O que aconteceu? – Perguntou Gabby, acalentando o pobre homem e tentando
minimizar seu sofrimento.
Homem
- Ele veio do nada... Fogo caiu dos céus e nada mais existia. Seu olhar secou a
terra, matou os animais e o fogo se encarregou do resto. – Disse o homem com
suas últimas forças antes de sucumbir.
Delfos
já não existia mais.
Diante
de toda aquela destruição, Gabby sabia que não podia ficar inerte àquilo tudo. Envolvida
por uma aura de tristeza com raiva, ela decidiu tomar uma atitude. Uma centelha
acendeu em seu peito despedaçado, dando-lhe forças sabe-se lá de onde.
Gabrielle
– Xena... Você me deixou tomando conta do seu legado. E eu vou honrá-lo. Se eu
não puder parar o que quer que seja que tenha feito isso, pelo menos
encontrarei o fim do meu tormento e poderei estar com você uma vez mais... –
Disse falando com sua amada.
Montou
na Argo mais uma vez e decidiu visitar sua irmã, para se despedir
adequadamente, já que não sabia qual seria seu destino dali em diante.
Andou
durante dois dias para chegar até Potedia, sua terra natal. Ao avistar a
cidade, mais uma forte dor no coração a pegou de surpresa. Sabia que ali, não
existia mais as suas raízes. Seus amados pais só existiam em sua memória.
Já
não via sua irmã havia meses. Ao chegar à casa, velha e puída, 3 batidas na
porta, que logo se abre com o olhar apreensivo de Lila.
Lila
– Gabby? Mal posso acreditar – Abrindo a porta e correndo para abraçar sua
amada irmã.
Gabrielle
– Oi Lila. – Respondeu Gabby.
Lila
– Venha, entre.
As
duas sentaram-se juntas. Olhares apreensivos. Lila com seus olhos sempre
delicados, via o sofrimento de sua irmã. Gabby parecia querer chorar.
Lila
– Gabby... O que houve? Porque você sumiu? Senti tanto sua falta...
Gabrielle
– Eu não podia Lila... Depois que perdi Xena, eu não estava preparada para
ficar perto de ninguém. Eu não queria ficar perto de ninguém. Eu apenas queria
me consumir. Queria que meu corpo desistisse. Eu me culpei pela morte de Xena,
assim como me culpo pela morte de nossos pais. Talvez eu pudesse ter impedido
ambos de acontecerem se eu tivesse feito o que deveria... – Dando uma pausa, já
que o choro já estava a sufocando com aquele nó na garganta.
Lila
– Minha irmã... Você já viu tanto do mundo e ainda não aprendeu a lição mais
valiosa? Não podemos impedir que coisas ruins aconteçam. Elas simplesmente irão
acontecer, independente da nossa vontade. E é essa a beleza de se estar vivo.
Mamãe e papai morreram tentando nos proteger dos homens de Gurkhan. Isso foi
uma escolha deles. E Xena... Xena morreu por algo em que acreditava. Deu sua
vida para que aquelas almas encontrassem a paz que lhes eram de direito. E
também foi uma escolha dela. Ela sabia o preço a pagar nos dois casos. E ela
pagou.
Gabrielle
– Eu não sou tão boa quanto nossos pais e nem tão forte e sábia como Xena...
Gabrielle
com lágrimas nos olhos abraça sua irmã e chora.
Talvez
ela precisasse daquele momento. Assim como tantas vezes Xena precisou de alguém
que a lembrasse de quem ela realmente era, Gabby precisava de alguém que
lembrasse quem ela era. Ela não era apenas a parceira de Xena. Ela era
Gabrielle de Potedia, Barda, Rainha Amazona e Sucessora de Xena.
E
sua história ainda não tinha chegado ao fim.
Gabrielle
– Lila, eu vim aqui para vê-la e para me despedir. Há dois dias passei por uma
aldeia que foi totalmente destruída por alguém ou alguma coisa. Eu não posso
ficar imóvel a este acontecimento. Então eu irei descobrir quem fez isso. E
derrotá-lo. Pode ser que eu não sobreviva e não quero que aconteça como da
última vez.
Lila
– Eu sei que você precisa fazer isso. E não vou impedi-la. Apenas pedirei a Eli
que lhe proteja e que esteja com você nessa nova luta. Há muito tempo atrás,
entendi que você era diferente. Que seu caminho era de fazer coisas grandes.
Talvez esse seja o momento pelo qual você esperou a vida toda. Eu acredito em
você.
Gabby
acena com a cabeça e resolve descansar aquela noite junto de sua irmã. Aquela
noite que talvez seja a última em que ela tenha paz... A última vez que ela vê
os lindos olhos azuis brilhantes de sua irmã. A última vez que se sente amada.
Amanhã
começará uma nova grande batalha em sua vida... E dessa vez, ela estará
sozinha.
Bem Xenites, espero que tenham gostado. Em breve vem o capítulo II.
Deixem suas impressões e críticas nos comentários.
Ares
Chorei de emoção com esse primeiro capitulo amigo
ResponderExcluir#Xena
Poxa que final trágico meu amigo.
ResponderExcluirAguardo esperançosa o 2 capítulo.
Ohhh querida...
ExcluirJá saiu faz tempo... ja estamos no capítulo 8. Procure no blog q vc achará os demais capítulos.
#Ares