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domingo, 27 de novembro de 2016

CAPÍTULO 7 - UM DESTINO É REVELADO

CAPÍTULO 7 – UM DESTINO É REVELADO

Xena mal podia acreditar em tudo que estava acontecendo. Entre um curativo e outro, se pegava parada, encarando sua amada barda que ainda estava desacordada após o embate com o terrível Apoliom.



Passava a mão por entre os curtos cabelos de Gabrielle e sentia a maciez dos fios loiros. Com a ponta dos dedos tocava de leve seus vermelhos lábios sabendo que dali saia o som da voz da pessoa mais importante em sua vida.

Xena examinava minuciosamente cada pedacinho de Gabby... Primeiramente por conta do que havia acontecido momentos antes entre ela e o demônio.

Segundo porque pensava que sua mente estava a lhe pregar uma peça e que aquilo não estava realmente acontecendo.
Perdida em seus pensamentos, Xena balbuciava palavras desconexas consigo mesma:

Xena – Mas como isso é possível? Eu morri. Eu era um anjo... Tinha grandes asas... Vi coisas celestiais que nenhum outro mortal teve permissão de ver. E agora isso!!! – Dizia Xena entre seus devaneios.



Xena – Gabrielle, você é tão linda. Não havia reparado tanto nisso enquanto estava viva. Minha memória não fez jus a sua beleza.

Preparando-se para levantar, Xena inclinou-se e beijou a testa de Gabby, descendo um pouco, tocou de leve os lábios de Gabby com os seus, lhe fez um breve afago carinhoso na cabeça e se pôs de pé.

Tratou de fazer uma fogueira já que em breve a noite viria e traria consigo muito frio, principalmente para Gabrielle que estava ferida.
Feita a fogueira, começou a preparar um unguento com algumas ervas que encontrou afora de onde estavam. Ele serviria para tratar e curar mais rapidamente as feridas de sua amada.

Ao mesmo tempo em que tudo isso acontecia, Gabrielle estava imersa entre o mundo real e o mundo dos sonhos.

Se viu rodeada por lindas flores silvestres brancas e lilases. E via pássaros voando ao seu redor, beijando as flores e colhendo seu néctar.



Sentia-se em paz. Sabia que ali nenhum mal poderia alcançá-la

Sentou-se para sentir o toque das flores em sua pele e não se lembrou de quando foi a última vez que teve essa oportunidade. Ao mesmo tempo percebeu que suas vestes não eram mais as mesmas. Usava um longo vestido branco, feito da mais pura seda, algo que nunca vira em sua vida.

E sentiu-se feliz porque por um instante acreditou que sua luta e sofrimento haviam acabado.

Ela fez sua parte. Infelizmente havia falhado, mas sabia que tinha feito tudo que estava ao seu alcance. Agora ela apenas ansiava ver sua amada. A pessoa mais importante de toda sua vida.



Depois de alguns momentos tendo como companhia apenas as flores e os pássaros, ouviu um barulho vinda de uma colina próxima a ela.
Levantou-se o mais rápido que pôde e saiu em disparada, pensando tratar-se de vocês sabe quem.

Ao chegar à colina, avistou alguém que ostentava um belo e enorme par de asas de anjo. O sol não a permitia ver de longe quem era exatamente, mas ela esperava ser sua Princesa Guerreira.

Gabrielle aproximou-se um pouco mais e já com lágrimas nos olhos disse:

Gabrielle – Xena, você veio me receb....

Ao ver a face daquele que estava em sua frente Gabby não foi capaz de esconder seu desapontamento.

Não era quem ela esperava.

Não era Xena.

Gabriel – Olá Barda. – Disse o anjo com sua voz mais suave que o mais doce vinho produzido na terra e prestando uma grande reverência em respeito à Gabrielle.



Ela o olhou por um rápido instante e logo o indagou:

Gabby – Quem é você? E como me conhece?

Gabriel – Meu nome é Gabriel. Infelizmente não nos conhecemos em sua rápida passagem pelos céus, mas ouvi falar muito de você por lá.

Gabby – Onde está Xena? Pensei que ela viria me receber quando eu chegasse aqui no Paraíso! – Disse ansiosa.

Gabriel – Xena não está aqui... ela est... – Parou sendo abruptamente interrompido por Gabrielle.

Gabby - Como assim ela não está aqui? Ela deu sua própria vida para salvar 40 mil almas. Ela fez mais bem para esta terra do que qualquer outro mortal. Ela matou Yodoshi, que com certeza tiraria muitas outras vidas inocentes caso estivesse vivo. E você aparece me dizendo que ela foi enviada ao inferno??? Ela não merece isso!!!!!!



Gabriel – Gabrielle... acalme-se... -  Disse tentando acalmar Gabby – Ela não está aqui, porque aqui não é o céu. Estamos dentro da sua mente, por assim dizer. Isso tudo é um reflexo do que há de bom dentro de você!
Nossa barda olhava atentamente o anjo e prestava atenção em tudo o que ele lhe dizia.

Gabriel – Você ainda está viva. Foi por muito pouco, mas ainda está. E agora eu apenas vou lhe contar o que você precisa saber.
O Mal que você enfrenta é mais forte do que você imagina. Os homens nunca viram nada tão terrível quanto o que está por vir.
Seu nome é Apoliom – O Destruidor.

Gabriel – Ele representa tudo o que há de pior nesse mundo. O mal lhe agrada e o fortalece assim como você se alegra com coisas boas. Seu único objetivo é destruir tudo o que há de bom aqui. E nesse momento, quase nada está entre ele e seu objetivo.

Gabby – Você disse “quase nada”. Então há alguma forma de derrotá-lo. Certo?

Gabriel – Sim... Há... – Disse meio hesitante.

Gabby – Gabriel, se há alguma forma de parar essa coisa ou seja lá o que ele for, eu preciso saber. Preciso que me conte, caso contrário tudo estará perdido.

Gabriel – Você ainda não percebeu barda? A resposta da sua pergunta é mais simples do que você imagina.

Gabrielle pôs-se a pensar um momento e começou a ligar os pontos. Começou a perceber o que estava tão claro desde o começo de toda esta história.

Gabby – EU!!!! Eu sou o que pode detê-lo!!! – Disse num súbito momento de clareza, quase se sentindo tola por não ter percebido antes.



Gabriel – Você finalmente entendeu. Você é a única que tem a força necessária para pará-lo!

Gabby – Mas eu não sei se serei capaz. Não sei se tenha a força suficiente para tal. Não sou tão forte e nem tão esperta quanto Xena e... – Agora foi Gabby que foi interrompida.

Gabriel – Primeiro de tudo, não duvide de suas capacidades. Você é mais forte do que imagina. Além do mais você não passará por isso sozinha. Os céus olharão por você durante sua jornada. E a cada momento que se sentir sozinha ou incapaz, busque forças na pessoa mais importante da sua vida. Aquela que sempre esteve e sempre estará ao seu lado...

Gabby – Mas como Xena poderá me ajudar? Me dar forças? Ela não está mais entre os vivos! Apenas posso me apegar às lembranças e ao amor que dediquei a ela. Amor que sempre estará em meu coração.



Gabriel – Não será necessário Gabrielle. Xena está bem ao lado do seu corpo físico nesse exato momento. Ela estará ao seu lado durante toda essa caminhada.
Agora é hora de nos despedirmos. Não se esqueça... Tenha fé em si mesma e acredite que você é forte e está pronta para passar por esse desafio.
Quando você entender isso, você encontrará a arma necessária para derrotar seu oponente e salvar o mundo todo.


E Gabrielle foi enviada de volta a seu corpo físico com a sensação de que duras batalhas viriam pela frente... Mas que ela seria capaz de enfrentá-las ao lado de sua amada Princesa Guerreira!!!!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

CAPÍTULO 6 – O Esperado Reencontro

CAPÍTULO 6 – O Esperado Reencontro

Gabrielle ficou fora de si por tudo que ouvira de Apoliom, correu até ele e quis ver sua face. Pegou em seus ombros e o forçou para que se virasse para ela.
Ao encontrar seu olhar, pôde ver seus terríveis olhos negros. Negros como a noite mais escura. Como a falta de esperança. Escuros como um âmbar negro.

Ao mesmo tempo em que os olhos de Apoliom emanavam sua luz negra, o oposto acontecia com Gabrielle. Seus olhos brilharam. Faíscas de luz saíam de suas pupilas.

Uma chama tão forte que qualquer um que estivesse ali teria que fechar seus próprios olhos tamanho era a luminescência emanada de Gabrielle.



Era a luz da esperança.

E as luzes começaram a batalhar com as trevas. Uma não se sobressaia à outra. Batalhavam no meio... De igual para igual.

Gabrielle não entendia por que aquilo estava acontecendo.

Porque seus olhos emanavam aquela luz... Ela sentia medo. Medo dessa nova experiência. Mas ao mesmo tempo, sentia paz. Sentia-se protegida. Mesmo estando numa situação extremamente perigosa.

Sentia que nada poderia lhe ferir naquele momento. E um sentimento de paz lhe envolveu. Se sentiu acalentada e protegida nesse momento.



Uma grande explosão foi gerada pelo embate que ali estava acontecendo e ambos foram lançados para longe pela força do impacto.

Gabrielle caiu batendo forte no chão e imediatamente ficou desacordada. Era possível ver um pouco de sangue em seu rosto, resultado de um corte em seu supercilio causado na hora do impacto.

Apoliom por sua vez, caiu do outro lado, bateu com a mesma força que Gabby no chão, mas não sentiu tanto o impacto. 

Logo se levantou e chegou perto de Gabrielle.

Agora ele sabia.

Sabia quem ela era.

Sabia o que ela representava.

Seu corpo se encheu de fúria e ele gritou. Gritou até ficar sem ar nos pulmões. Emanava raiva por cada poro de seu corpo.

Ele sabia quem Gabrielle era.

Ela era seu oposto. Seu outro lado da balança.

Eles eram como o Ying-Yang. Ele o lado mau e ela o lado bom. Ela a luz, ele as trevas. Um não podia existir sem o outro. Assim como o calor não pode existir sem o frio. Assim como o inverno não tem serventia sem o verão...



Um não podia morrer se o outro também não morresse.

Sua vontade era de aproveitar a oportunidade e rasgar sua garganta ali mesmo. Seria tão fácil. Mas ele sabia que se fizesse isso, sua vida também se esvaneceria. Assim como a areia escorre por entre os dedos.

Apoliom – Eu ainda estou fraco. Ainda não é o momento certo para que eu acabe com sua vida. Agora não Barda. Ainda não. Mas nossos destinos ainda irão se cruzar novamente. E na próxima vez eu não terei piedade. – Disse Apoliom para Gabrielle, que continuava desacordada no chão.

Apoliom – E quando o momento chegar terei prazer em tirar sua vida com minhas próprias mãos. Vou adorar ver seu sangue escorrendo pelo chão. Eu, O Grande Apoliom, tirando mais uma nojenta vida de luz. Irei garantir que você se encontre com sua amada Princesa Guerreira.

E com uma grande risada, ele se foi. Sumiu num piscar de olhos deixando para trás uma fumaça fétida que cheirava ao mais podre enxofre.

E Gabrielle continuava ali. Com sua face ao chão. O sangue já se acumulava embaixo de seu rosto.



Como se costuma dizer, ela não estava nem pra cá e nem pra lá.

Ela tinha uma breve e pequena consciência do que acontecia a sua volta. Porém não conseguia distinguir o que era sonho e o que era realidade.
Sentia o calor do sangue em seu rosto. Porém, imaginava que o calor era fruto de um delicioso afago de sua amada Xena.

E ela começou aos poucos a recobrar sua consciência. E percebeu que o afago começou a tomar forma. E a forma tomou rosto.

E sentiu seu corpo ser levantado do chão.

Ela agora estava nos braços de quem ansiava estar pelos últimos meses.



Mesmo estando num estado de semi consciência, era capaz de identificar os braços que lhe carregavam. Reconhecia o cheiro da pele. Sentia o cabelo preto como a noite roçando em seu rosto.

Não tinha forças para nada. Apenas acalentou-se nos braços que a carregava e entrou no torpor.

Seu corpo estava esmigalhado. Mas sua alma estava bem. Reconfortada.

Sim.

Era Xena.

Xena a carregava para fora daquele lugar e tratava de leva-la para um local seguro. Onde pudesse cuidar de sua amada em paz e sem que nenhum perigo as encontrasse.

Xena andou por algum tempo carregando Gabrielle tão apertada em seus braços que se alguém visse diria que ela tentava sufocar a loirinha.
Tanto quanto Gabrielle, Xena também esperava por esse encontro. Ansiava voltar a ver e escutar sua barda. Sentir seu cheiro.
E agora que ela estava em seus braços nada poderia demovê-la disso.



Xena encontrou uma cabana em meio a floresta. Ao que tudo indicava, estava abandonada havia muito tempo. Estava puída e bem caída. Porém, não precisavam de luxo, apenas de um lugar para que ela pudesse cuidar dos ferimentos de Gabby. E olhá-la. E senti-la.

Xena deitou Gabrielle em um monte de feno, a ajeitou e foi afora buscar lenha para prover uma fogueira.

Após algumas horas dentro da cabana, Gabrielle começou a voltar a si.

Ao abrir seus olhos, mal pode acreditar no que seus olhos viam.

Sua Xena estava ali.

Bem diante de seus olhos.



Gabrielle – Xena? Como...? Quando...? – Disse ainda confusa e tentando se levantar.

Xena – Calma Gabrielle. Você levou uma pancada muito forte e ainda está um pouco fraca.

Gabrielle – Estou morta não é? Eu sabia que isso aconteceria. Eu queria que isso acontecesse. Eu morri não foi? É a única forma de você estar aqui – Disse já com sua voz embargada e as lágrimas escorrendo de seus suaves olhos azuis.
Xena – Você não está morta meu amor. Lhe explicarei tudo depois. Agora você precisa descansar.



Gabrielle – Você promete que ainda estará aqui quando eu acordar? Porque eu não suportaria saber que tudo não passa de um sonho. Meu coração não aguentaria tamanha decepção.


Xena – Eu não tenho nenhum outro lugar para estar... senão aqui. Ao seu lado. Eu não quero estar em nenhum outro lugar. Quero estar aqui... com você. Agora durma meu amor. Teremos um grande dia pela frente.

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Logo vem mais Xenites.

Desculpem a demora... Tio Ares se atrapalhou um pouco.

Ares